sexta-feira, 12 de março de 2010

Do Cool Jazz ao Death Metal em dois (des)compassos...

Começou como um solfejo harmônico e ritmado, bem agradável devo dizer, tipo um som que te da vontade de dançar, mas que ao mesmo tempo, pede para que você perceba suas nuances e minúcias... Como um improviso de John Coltrane ao saxofone: Simples, mas com detalhes minuciosos e quase imperceptíveis, o suficiente para fazer viajar; Era algo bom, estranho e bom.
Depois se manifestaram as tendências subversivas. Vieram como guitarras distorcidas e muito barulho, sem detalhes e sem minúcias, um som feito não apenas para chocar e causar espanto aos ouvidos desavisados, mas também para gritar um anseio ou desejo de liberdade e transformação, e mais do que isso ainda, um protesto contra a condição estagnada que em nada pode acrescentar... Como Sarcófago apresentando "Satanás" numa manifestação contra as instituições paternalistas modernas.
Um concerto firmado sobre uma dicotomia dessas jamais poderia terminar de forma tão magnífica como os da "jazzística orquestra de câmara" presidida por Duke Ellington, faltava um contraponto, e esse ficou preso nas cordas do meu violão e se calou sufocado no meio da minha garganta.

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