quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Refutação Humeniana.

O Empirismo de David Hume, não supre minha ânsia de conhecimento, haja vista que para Hume, as únicas coisas realmente inteligíveis, são aquelas que o corpo pode absorver experimentalmente como produto dos sentidos, transformando-as em "impressões" e essas em idéias. Esse caminho dos sentidos, proposto por Hume, deve ser feito, de uma maneira que permita também faze-lo inversamente, ou seja, a idéia formada a partir da impressão do sentido, após ser formulada, deve também permitir que seja gerada uma impressão condizente ao sentido estimulado pela experiência anterior, de modo que se não for possível refazer esse caminho, essa idéia, não corresponderá a realidade do mundo exterior.
Em Hume podemos perceber que as "impressões" proporcionadas pelos sentidos, nunca possuem semelhança entre si, e mesmo as referentes a um mesmo objeto serão diferentes quando se derem em tempos distintos, pois que se todas as coisas estão em constante transformação, não poderão se manifestar da mesma maneira em dois tempos diferentes.
Propõe ainda, que não existe conhecimento de fato, mas sim crenças formuladas através das experiências proporcionadas pelos sentidos, sendo que também estas estão sujeitas as constantes mudanças que ocorrem no mundo.

Esses argumentos lançados por Hume, são em meu entendimento, demasiadamente suscetíveis de desencontros e contradições em si mesmo, haja vista que se tudo que o indivíduo pode conhecer são as impressões dos sentidos, e essas, são sempre mutáveis, todo conhecimento é de segunda mão, posto que o conhecimento se da pela experiência, pelo hábito e pela repetição e, não há fixação do conhecimento, considerando que todas as coisas, estão em constante transformação.
A tese epistemológica Humeniana, em minha visão subjetiva, incorrerá sempre em um ceticismo extremo, graças às mudanças constantes propostas pelo supracitado autor empirista, isso porque se até a própria crença -posta no lugar do conhecimento- está submetida às mudanças, e essas são provenientes das experiências, até a veracidade da experiência é posta em cheque de modo que, se as crenças são jogadas por terra, o indivíduo perde sua noção do mundo exterior e, como não há síntese de conhecimento em Hume, ou seja, o indivíduo não é capaz de ligar logicamente uma ação a seu resultado, torna-se impossível restaurar as crenças deturpadas, bem como repetir a própria experiência, já que tudo e todas as coisas estão em constante transformação e uma impressão jamais será igual à outra.

Dito isso, podemos concluir que, para Hume ao invés de produção de conhecimento, existe apenas reciclagem de crenças e impressões; Coisa que eu, me recuso a aceitar.

2 comentários:

  1. Evoluir sem pragmatismo é algo fantástico, parabéns brother!

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  2. Esse radicalismo do Hume é uma resposta à cultura racionalista extremista que vigorava à sua época, portanto, a postura deste sublime filósofo é algo mais do que natural para a sua época, o que já não é plausível para nós filósofos da atualidade, já que a filosofia se desenvolveu bastante ao longos destes séculos.

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