quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O desenredo contextual de um caso dissimulado por conveniência do autor...

Toda história precisa de um contexto para acontecer, dentro desse contexto estão incluídos o cenário e, a atmosfera no qual se desenrola o enredo.
Nessa história o cenário se limitou à uma janela aberta, a atmosfera foi a mais impessoal possível, o contexto era de um interessado falando para alguém que não se importava e, o desenrolar do enredo, nenhum que prestasse...
Farpas trocadas, frases mal escritas, palavras muito mal interpretadas e, alguma coisa que sempre ficava para trás ou, por dizer. A atmosfera gerada pelo cenário decadente, permitia omitir coisas tão relevantes quanto os olhos marejados de quem rasgava o orgulho, os pré-conceitos e, o próprio peito, tanto quanto permitiu que o outro se omitisse, fingisse nunca ter acontecido -o que acontece na janela, fica na janela. Vez ou outra saiam notas e pequenos textos de um para o outro, publicados em seus respectivos pasquins de baixa circulação.
Ao que as aparências mostravam, não havia nada que os ligasse além de uma declarada paixão pelas palavras, presunção verossímil devo concordar, mas que não impedia a um de cogitar como os dois seria bom, idéia não partilhada pela outra parte; infelizmente para quem pensou que "um dia, talvez". Quando ele, o interessado, que por não saber sentir pela metade, se permitia não sentir nada e, pragmatizar todas as coisas foi tomado por uma coisa que, embora conhecesse, não soubesse lidar, perdeu-se dentro de suas próprias contradições vendo suas crenças caírem por terra, "como pode isso, sou inatingível!?!", o homem pensou guardando aquilo como um grito mudo, ele que outrora havia se envaidecido por sua frieza e, razão, viu-se refém de algo que não podia explicar -coisa rara e constrangedora para quem buscava ter todas as respostas sem se afetar.
Deu pois à conhecer tudo aquilo que havia surgido furtivamente e, que ele carregava sem conseguir fardo mais leve, ninguém se importou, a janela se fechou e, o homem escreveu... Nada mais houve.

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