segunda-feira, 29 de março de 2010

Memórias de Solo...

À casa dos meus 20 anos, fui "comerciante" no bairro de Santa Tereza, onde passei boa parte da minha vida e, tinha uma banca de jornais. Um empreendimento que não durou muito tempo, pouco mais de um ano eu acho.
A banca, por estar situada em uma praça, não era dos piores negócios, e eu ainda podia contar com a presença de alguém mais entediado que eu para poder conversar, raramente estava sozinho. Graças ao fato da banca estar na praça, era de meu interesse que a praça estivesse bem cuidada, de modo a torná-la agradável ao frequente dos vizinhos, o que de certa forma, me impelia à "política da boa vizinhança".
Lembro-me de uma tarde ociosa, quando fazia um calor insuportável, e eu, estava sentado a olhar os canteiros (uma das coisas mais interessantes que aprendi por lá, foi a cultivar jardins), e haviam duas moças conversando num dos bancos da tal praça. Eu que tomava uma coca a fim de amenizar o calor, hora olhava as moças, hora olhava os canteiros, lembro que estavam bonitos, acho que era Abril e as chuvas de fim do verão tinham feito bem as plantinhas.
Não sei se minha surpresa foi maior ao ser subitamente chamado pela moça, ou posteriormente, quando ela me falou de seus 36 anos derrubando minha tese sobre seus "28 anos se eu estiver de má vontade", mas talvez tenham sido esses os minutos mais agradáveis de todo o período em que estive ali "comerciando". Ela morava na vizinhança, então nos encontrávamos praticamente todos os dias, e em todos esses encontros, rolavam papos muito agradáveis, sem frescuras. Com o tempo, os papos foram mudando, junto com as intenções.
Um dia, resolvemos ficar, aí fizemos um acordo: "Se não for bom, a gente para" (até isso acontecer, já tinha passado muito tempo, já devia ser Junho, me lembro por causa do frio que fazia quando ficamos pela primeira vez), mas foi bom pros dois, então resolvemos ficar de novo e outras vezes ainda, sempre tendo como norte, o acordo que havíamos feito de antemão.
Tínhamos um "semi-relacionamento" livre, sem cobranças, sem outras pessoas e com muito respeito, até os carinhos mais sacanas e os desejos mais carnais, ganhavam uma atmosfera serena e quase doce. Também não durou muito, alguns poucos meses e acabou, mas foi bom enquanto durou... E nada dura para sempre.

http://www.youtube.com/watch?v=4x23l6BGu3w

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