sábado, 17 de abril de 2010

Campo dos Persas.

Ó forasteiro, quem quer que sejas, de onde quer que venhas, porque sei que virás, sou Carlos, não fundei Império algum, nem nunca estive em qualquer Reino Imortal. Não sou como Ciro o Grande da Pérsia, nem Alexandre o Grande da Macedônia, não serei sepultado na "Tumba da Mãe de Salomão". Apenas tomo emprestadas as palavras atribuídas ao primeiro Grande Rei da Ásia, para fazer jus à minhas parcas paixões.
Desabo em silêncio o que do verso me arrancam, deságuo calado o verbo que não sustento. Não é Poeta, nem é Douto quem aqui versa em não tão breves linhas; o Poeta não silencia seu verso e, o Douto, sustenta seu verbo sem jamais se calar. Sou o que sou eu, duro o tempo que durar. Passo. Devaneio ser o que o Não-Ser não é. Grito mudo, dou as costas, não olho para trás.
Na verdade, quero correr para Pasárgada, conhecer meu amigo Rei, ter alcalóide à vontade e prostitutas bonitas pra namorar, comigo não vai mais ninguém, e se chego lá não volto, esqueço o caminho de casa e fico por ali... Não volto, não volto, não volto, esqueço de você e não lembro de mim...

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