quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Madrugada.

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer na noite e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes.


(Ferreira Gullar, abril de 1971)

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