sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cale-me.

O que não levo e deixo, é o que de mim não tenho e de você não fica; Do nada que existe ao todo inexistente, a manifestação da ausência de quem nunca passou por aqui. Não Fomos e nem Estivemos um para o outro.
Entre os poucos centímetros, um abismo se fazia presente e mantinha a distância tão incalculável quanto tornava ininteligíveis as idéias que surgiam e se multiplicavam a partir dos desejos de ambos, mas de cada um, como um só.

Muito foi dito quando o silêncio era auto-explicativo...

Cale-se e me faça calar também, o silêncio que eu proponho dispensa explicações sucintas ou elaboradas, transforme a abstração do verbo em ação concreta. Não quero mais ter de conversar e confessar.
Cale-se! Cale-me! Cale-se, cale-se, cale-se! Faça-me calar com o silêncio de tua boca e me deixe apenas ouvir sua respiração, a batida do coração, o sangue correndo por seu corpo, ou a vida que explode por cada poro e jorra para o mundo...
Dê-me tudo de uma só vez, e não me dê nada para que eu não tenha do que me lembrar. Sem promessas, sem propostas nem pedidos oportunistas. Nada de nós, nada de um nem dois, nenhuma ilusão ou enfeite, só uma verdade nua. Mesmo que não seja irrefutável; e nenhuma é.

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